domingo, 27 de maio de 2012

O que é VO2 Máximo?


O que é VO2 Max?

Por Leonardo Lima

Muitos estudos atuais mostram que a eficiência do sistema cardirespiratório pode ser avaliada medindo-se a potência aeróbia. Essa potência se refere à capacidade funcional do sistema de absorção, transporte, entrega e utilização de oxigênio aos tecidos durante exercícios físicos. Todo esse processo pode ser resumido em um único nome, volume máximo ou consumo máximo de oxigênio (VO2max).
Esse VO2max é o que caracteriza fundamentalmente o conjunto de funções do sistema cardiorrespiratório, e já foi uma medida muito utilizada na prescrição de exercícios aeróbios, mas hoje em dia sua utilização se limita apenas a classificar indivíduos quanto a padrões de saúde.
Para THODEN (1991), o VO2max se caracteriza por ser a quantidade máxima que um organismo estimulado tem de captar oxigênio do ar atmosférico, transportá-lo pelo sistema cardiovascular e utilizá-lo a nível celular em uma unidade de tempo.
Podemos resumir a importância de medir o VO2max da seguinte maneira:
  • É aceito internacionalmente como o melhor parâmetro fisiológico para avaliar, em conjunto a capacidade funcional do sistema cardirespiratório;
  • É um parâmetro fisiológico e metabólico para avaliar a capacidade metabólica oxidativa (aeróbia) durante trabalhos musculares acima do metabolismo basal;
  • É um parâmetro ergométrico utilizado para avaliação da capacidade de trabalho do homem, em diferentes atividades ocupacionais (Medicina do Trabalho);
  • É um parâmetro fisiológico para prescrever atividades físicas sob forma de condicionamento físico normal (sedentários, obesos e idosos) ou sob forma de treinamento físico (preparação física de atletas) ou ainda sob forma de atividades ocupacionais no ambiente de trabalho;
  • É usado em estudos epidemiológicos para comparação de capacidade física entre povos e atletas.
O VO2max pode ser e expresso em valores absolutos em litros por minuto (l.min-1), sendo nesse caso mensurado de uma forma bruta ou relativo em mililitros por kilograma por minuto (ml.kg.-1min.-1) que para ser encontrada basta dividir a medida absoluta pela massa corporal do indivíduo avaliado.
A Tabela abaixo mostra a classificação do VO2max de forma relativa em ml.kg.-1min.-1 da American Heart Association, para homens e mulheres em diferentes idades. 
Para mensurar o VO2max é necessário à aplicação de testes ergométricos que podem ser máximos e submáximos, diretos e indiretos utilizando diferentes ergômetros como a bicicleta ergométrica (mecânica ou eletromagnética), a esteira rolante, o banco de madeira, o remo-ergômetro (específico para remadores), a piscina ergométrica (específica para nadadores) entre outros que podem ser adaptados para se aproximar o máximo possível de algumas modalidades esportivas.
Para o teste direto é necessário o emprego da ergoespirometria, um procedimento que analisa de uma forma direta e precisa diversas variáveis como consumo de oxigênio (VO2), a produção de gás carbônico (VCO2) e a ventilação (VE) associada ao controle de carga, geralmente esses testes são realizados com protocolos de cargas progressivas que levam o avaliado até a exaustão. Esse tipo de analise é um procedimento mais utilizado em laboratórios devido ao custo bem elevado, e por se tratar de um teste máximo automaticamente exige a presença de um médico em sua aplicação.
Os testes indiretos em sua maioria são baseados na relação linear entre consumo de oxigênio (VO2) e freqüência cardíaca (FC), e para estimar o VO2max utiliza-se à resposta da FC relativa à sobrecarga de trabalho que o indivíduo avaliado foi submetido. Esses testes exigem menos recursos financeiros, geralmente são submáximos, os protocolos são de fácil aplicação e por isso são muito utilizados em academias, clubes e outras instituições que prestam serviços de atividade física.
Referências Bibliográficas:
  • ASTRAND, P. O. & RODAHL K. Tratado de fisiologia do exercício. Rio de Janeiro, RJ, Editora Guanabara Koogan. 1980.
  • DENADAI, B.S. Consumo máximo de oxigênio: fatores determinantes e limitantes. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, v.1, n.1, p.85-94, 1995.
  • FARINATTI, P.T.V. & MONTEIRO, W.D. Fisiologia e avaliação funcional. Rio de Janeiro, RJ, Editora Sprint, 1999.
  • FREITAS, R.H.R. & COSTA, V.C. Ergometria e reabilitação em cardiologia Rio de Janeiro, RJ, Editora Medsi, 1992.
  • JOÃO, C.B. & RONALDO, S.G. Avaliação & prescrição de atividade física: guia prático Editora Shape 1998.
  • KISS, M. A. P. D. M. Avaliação em educação física: aspectos biológicos e educacionais São Paulo, SP, Editora Manole, 1987.
  • ROBERGS R.A. & ROBERTS, S.O. Princípios fundamentais de fisiologia do exercício : para aptidão, desempenho e saúde São Paulo, SP, Editora Phorte, 2002
  • MCARDLE, W. D. , KATCH, F. I. , KATCH, V. L. Fisiologia do exercício : energia, nutrição e desempenho humano Rio de Janeiro, RJ, Editora Guanabara Koogan, 1998
  • THODEN,J.S. Evaluation the aerobic power. In: MacDOUGALL, J.D.; WENGER, H.A.; GREEN, H.J. eds. Physiological testing of the high performance athete. Champaign, Human Kinetics, 1991

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